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Barista: Qual sua importância para a qualidade do café?

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Conforme cresce o interesse comercial por um produto a consequência é o mercado se especializar. Dessa forma, a profissão de barista tornou-se essencial para os estabelecimentos que desejam servir um café de qualidade.

Houve um tempo em que barista era apenas a pessoa que trabalhava em um bar. Daí até a origem do nome. Porém à medida que o consumo das bebidas foi evoluindo, a necessidade de mão de obra especializada também.

No Brasil os especialistas em café começaram a ganhar certo prestígio e espaço a partir dos anos 1990, quando o mercado de cafés especiais percebeu a potencialidade do mercado local. Antes disso, fazer café era coisa corriqueira e que não merecia tanta atenção.

Questão de estratégia

Imagine-se numa frutaria. Você quer comprar as frutas mais doces, mas não sabe como identificar o ponto certo de consumo de todas elas. Também não sabe quais misturar para fazer uma deliciosa salada de frutas. Então você pede auxílio ao sorridente atendente, que conhece formas de identificar a doçura dos produtos e as melhores combinações.

Você segue as sugestões do vendedor e a sua salada de frutas fica deliciosa! Essa ajuda mostrou-se tão útil que você, sempre que pensar em frutas de qualidade e atendimento especializado, voltará a esse estabelecimento.

A associação é essa mesma. O barista é o especialista, aquela pessoa que oferecerá um atendimento simpático, cheio de conhecimento e que se torna um fator estratégico no seu negócio.

Porque não basta estudar e ter técnica, é preciso saber como apresentar de forma bonita o produto.  Além de tratar bem as pessoas, sejam clientes ou parceiros, de forma educada e respeitosa.

O que faz um barista?

A pessoa que se coloca a trabalhar servindo café é uma grande curiosa. Além de um apaixonado. O aprendizado engloba geografia, biologia, química, física, matemática, linguagens e psicologia. Já tinha parado para pensar?

Pois cabe ao barista saber explicar porque os melhores grãos são aqueles que nascem em grandes altitudes. Também cabe a ele saber identificar o que fez uma safra ser mais ácida do que outra. E o que isso representa de possibilidades no paladar.

Além de identificar as características entre uma variedade e outra do tipo de grão disponível. Saber observar quais são os blends preferidos dos clientes, ou se esses preferem a bebida sem misturas.

É o barista que poderá brincar e propor novos coquetéis ou tipos de bebidas ao cardápio com base nesses conhecimentos todos. Como resultado, o seu negócio prospera e se diferencia da concorrência.

Embora a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público só tenha regulamentado a profissão em 2015, o ofício já existia há dezenas de anos ainda que sem nome ou registro específico. Para exercer a profissão é preciso que seja maior de 18 anos, com ensino médio completo e tenha cursos de especialização na área.

Leia também: Café de barista: 5 diferenciais do café servido por um profissional

Quais as áreas de atuação de um barista?

Existem duas principais formas de atuação de um especialista em café. Uma é trabalhar na área de produção, que compreende assumir responsabilidades desde a lavoura, direto no campo, até a comercialização das sacas às indústrias. Ou dentro das indústrias, nos setores de qualidade como análise do produto.

Outra vertente é na área do comércio e serviço, oferecendo experiências através de uma boa xícara de café. Tendo como frente de trabalho o manuseio dos equipamentos que extraem os benefícios do precioso grão.  Conhecimentos e atuações de torrefação, moagem e preparo.

Como as áreas de comércio e serviço são aquelas que mais oferecem oportunidades de contato com o público final, dentre toda a cadeia produtiva, essa é a mais importante e também a mais movimentada.

Pois não basta o conhecimento, sorriso e a deliciosa preparação da bebida durante o tempo que estiver atendendo seus clientes. O expediente começa bem antes e termina bem depois, ainda que o barista não seja o proprietário do negócio.

Como é o dia a dia de um barista no ponto de venda?

Antes de abrir as portas e começar a atender os primeiros clientes do dia, o barista deve verificar primeiramente a higiene do local de trabalho. Não só da sua própria estação de trabalho, mas também da cozinha e das mesas onde os clientes irão degustar o café.

Pois tudo faz parte da experiência de beber um café especial. Não por acaso, normalmente os baristas ocupam posição de destaque em seus grupos de trabalho, assumindo responsabilidades maiores, como de gerência.

Por exemplo, se na cozinha for preparado um pão na chapa após a preparação de um misto quente, este poderá absorver o gosto daqueles ingredientes que não lhe pertencem. Assim, o pão na chapa ao ser consumido em conjunto com um café especial de sabor mais suave, como um Bourbon Amarelo, ficará perdido no paladar do cliente. Para evitar a fadiga, uma atitude preventiva é mais assertiva.

Outras preocupações de um barista

Da mesma forma o barista se preocupa com as mesas e local onde o cliente irá consumir sua xícara de café. Se a iluminação estiver ruim, o cliente não irá notar o corpo diferenciado do seu café especial. Ou, se no ambiente houver algum fator contaminante, como serviço de reparação das ruas e asfalto, a poeira e o odor também irão comprometer aquele momento de degustação.

Ainda antes de ir até a sua estação de trabalho, é preciso averiguar o estoque dos produtos. Pois se houver a necessidade de comprar mais insumos, isso deve ser logo providenciado, ou seja, delegar ao responsável pelas compras o quanto antes para que nada falte ao cliente.

Aí sim o barista se atenta a sua estação de trabalho. Normalmente além das máquinas, dos sacos de cafés especiais e dos descartáveis, compreende também um moedor ou moinho de granulação regulável e os utensílios diversos para as formas de preparo. Como prensa francesa, moka, estação de coados e outros, conforme as características do estabelecimento.

Além de verificar a higiene com atenção das suas ferramentas de trabalho, é preciso calibrar o moinho ou moedor sempre que houver um novo fornecimento de grãos. Pois de um lote para outro pode variar a dureza, torrefação e tamanho dos grãos. O mesmo processo de recalibragem deve ser feito na máquina, para evitar qualquer surpresa desagradável ao longo do dia frente aos clientes. Portanto para ser barista não basta gostar de café. É preciso ser um apaixonado!